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Pistola Colt Government Model – História e Desenvolvimento (Rev. 1)

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Se nós buscarmos, na história das armas de fogo, algum outro fato que se assemelhe ao fenômeno que hoje denominamos de “Plataforma 1911”, sem dúvida não encontraremos equivalência. A expressão “Plataforma 1911” é frequentemente empregada para se designar qualquer pistola semi-automática, produzida atualmente, cujo desenho e mecanismo foi baseado, ou é idêntico à pistola Colt Government Model 1911. A bem da verdade, não há também nenhum outro caso de um projeto tão bem sucedido na história das armas curtas em geral.

Trata-se de uma senhora honorável, veterana por quatro gerações. A Colt Modelo 1911, também conhecida como Colt-Browning, sobreviveu às duas grandes guerras mundiais, à Guerra da Coréia e do Vietnã, bem como à maior parte de outros conflitos travados pelo mundo. Através de seus inestimáveis serviços, essa pistola foi testada e re-testada inúmeras vezes nos diversos campos de batalha. Além do fato nada desprezível de ter ficado mais de 70 anos em serviço no maior e mais bem equipado exército do planeta, foi adotada por cerca de 28 países, inclusive o Brasil, como arma regulamentar e também utilizada por dezenas de forças policiais nos USA e no resto do mundo. Sem dúvida, trata-se da mais copiada ou “clonada” pistola semi-automática que se tem notícia.

A sua história nos leva, invariavelmente, à figura de quem talvez seja o mais bem sucedido projetista de armas curtas que o mundo conheceu: John Moses Browning.

Jonathan Browning, pai de John Moses Browning nasceu nos Estados Unidos, no estado do Tenesse em 1805 e sempre foi um membro ativo da comunidade Mormon por onde residia. Mudou-se ainda jovem para Nauvoo, Illinois, onde montou sua primeira oficina de consertos de armas. Paralelamente, chegou a desenvolver e fabricar algumas armas, inclusive um rifle de repetição com tambor rotativo.

Em 1851, mudou-se para o estado de Utah e fixou-se ali, no vilarejo de Ogden, como armeiro.  Em 21 de janeiro de 1855 nasce seu filho John, que ainda bem jovem e influenciado pela profissão do pai, começou a trabalhar com ele na oficina. Em 1879 falece Jonathan e seu filho John assume, com o irmão, os negócios da fábrica. Logo depois, ainda em 1879, ele desenvolve sua primeira arma, um rifle de um só tiro no sistema “falling-block”. A arma obteve um razoável sucesso entre os caçadores da região, que acabou obrigando Browning e seu irmão a começar uma produção em série, com cerca de 600 armas fabricadas.

Esse relativo sucesso abriu os olhos de um grande fabricante de armas no país, a Winchester Repeating Arms Co., de Connecticut, que enviou um representante à Ogden para avaliar melhor o projeto. Gostaram tanto da arma que logo em seguida, John Browning foi convidado a trabalhar com eles. A partir de 1883 o jovem projetista foi responsável por projetos de tanto sucesso, que mudaram o rumo da Winchester.

O modelo “single-shot” de Browning, que tornou-se um modelo de linha da Winchester, lançado depois em versão “schützen” para competições de tiro de precisão. (Cortezia do The Browning Museum)

Cópia do contrato original entre a Winchester e os irmão Browning, em 1883 (cortezia do The Winchester Museum)

Um modelo em madeira que se encontrava na oficina e que foi levado para a Winchester, viria a se tornar logo depois no famoso modelo “lever-action” de 1886, substituto do modelo 1876, versão mais reforçada desenvolvida para uso de cartuchos mais potentes. Posteriormente a Winchester lança o modelo 1892, baseado no mesmo mecanismo do 1886 mas em versão mais leve, cuja produção passou de 1.000.000 de unidades, Em 1894, sai o rifle e a carabina em calibre .30WCF (.30-30W), o primeiro modelo da fábrica a usar um cartucho com pólvora sem fumaça, que vendeu mais de 7.000.000 de unidades, sendo que até hoje ainda é fabricado.

A história de John Browning se confunde, em alguns pontos, com a de Hugo Borchardt, projetista alemão que em 1860 emigrou para os USA, trabalhando primeiramente na fábrica de máquinas de costura Singer e posteriormente na Colt, na Winchester e finalmente na Sharps Rifle Co. Com a dissolução desta última empresa, Hugo voltou à Alemanha em 1881 e projetou, em 1893, a pistola que leva seu nome, projeto que resultou posteriormente numa das mais famosas armas já fabricadas; a pistola Parabellum (Luger). Por sua vez, Browning teve alguns desentendimentos com o pessoal da Winchester o que o levou a se mudar para a Europa, em julho de 1897, onde se aliou à Fabrique Nationale D’Armes de Guerre, em Herstal, Bélgica, a conhecida FN. Veja nosso artigo sobre as Pistolas Browning.

Em 1896, a Colt Firearms, tradicionalíssima fabricante norte americana de revólveres fundada por Samuel Colt em 1836, adquiriu de Browning quatro projetos de pistolas semi-automáticas, que viriam a se tornar uma longa linhagem de armas de sucesso sem precedentes. A Colt era a fornecedora do até então adotado revólver Colt New Army em calibre .38 Long Colt, arma que estava começando a sofrer muitas críticas, principalmente pelo calibre fraco. A idéia de se adotar uma pistola semi-automática em substituição aos revólveres já era bem aceita nos meios do Departamento de Ordenança do governo americano, comandado pelo General William Crozier, uma vez que isso já era uma tendência praticada por diversos países da Europa.

MODELO 1900

Dos projetos adquiridos de Browning surge, em 1900, o primeiro modelo de pistola semi-automática produzida nos Estados Unidos: o modelo 1900, em calibre .38ACP, um novo cartucho desenvolvido especificamente para a arma. Foi também o primeiro cartucho norte-americano para armas curtas a desenvolver velocidade mais alta; só como comparação, o projétil do .38 Long Colt atingia 760 pés/seg. contra 1.260 pés/seg. do novo cartucho (cerca de 231 m/seg e 384m/seg, respectivamente).

A pistola Colt mod 1900 em calibre .38ACP, modelo com talas lisas de nogueira.

Este modelo tinha capacidade para 7 cartuchos, operada por curto recuo de cano, culatra trancada (locked-breech), com cano de 6 polegadas de comprimento. Foi a primeira arma que, com sucesso, utilizou o sistema de trancamento que utilizava ressaltos na parte superior do cano, que se encaixavam em rebaixos usinados na parte inferior do ferrolho. O cano, em seu curto recuo, basculava sobre duas articulações, pequenas bielas, uma em cada extremidade do cano.

Talvez uma das únicas características negativas da arma era a forma como o ferrolho era fixado à armação. Para que o ferrolho não deslizasse totalmente para fora da arma durante seu movimento para trás, havia somente um pequeno retém deslizante, que atravessava o ferrolho de lado a lado, solução muito similar à usada na pistola Steyr de 1911, arma que também é alvo de um nosso artigo. Essa solução, entretanto, perdurou ainda por vários modelos até ser abandonada em 1909. Essa aparente fragilidade não parece ter causado maiores problemas de segurança, até onde se sabe. Mesmo assim, todo cuidado é pouco ao utilizar essas armas hoje em dia, devendo ser cuidadosamente inspecionadas. O grande perigo, porém, reside na utilização acidental de munição calibre .38 Super Auto, cartucho exatamente idêntico em dimensões ao .38 ACP, porém com muito mais potência. O modelo 1900 não dispunha de uma tecla para trava de segurança. Ao invés disso, um engenhoso sistema de alça de mira móvel atuava como bloqueio para o movimento do cão.

Na figura ao lado, nota-se a alça de mira que, quando baixada, atuava como um retém para o cão.

O Exército Americano adquiriu 200 armas ainda no ano de 1900, para testes. Essas pistolas foram marcadas com as letras US ao lado do guarda-mato. Algumas poucas unidades foram compradas pela Marinha, e essas dispunham da marcação USN.

A marcação de fábrica mais comum nestas armas era a seguinte: “BROWNING’S PATENT PAT’D APRIL 20, 1897” do lado esquerdo do ferrolho e “AUTOMATIC COLT CALIBRE 38 RIMLESS SMOKELESS” do lado direito. A produção total desse modelo atingiu cerca de 3000 unidades, o que as torna um ítem raro de coleção.

Um dos últimos exemplares do modelo 1900, o qual já incorporava algumas características do modelo 1902: o cão arredondado e as talas de baquelite.

SPORTING MODEL 1902

Esse modelo foi uma versão modificada da 1900 onde foi removida a alça de mira que atuava como trava de segurança, em favor de um percussor flutuante. Neste sistema, o percussor, também chamado de inercial, só tem condições de atingir a espoleta do cartucho quando é atingido pelo cão em seu curso total, devido ao seu comprimento reduzido. A área engravada no ferrolho, que servia como anti-derrapante para o polegar, foi aumentada e seu desenho modificado.

A partir daqui, é importante salientarmos a enome influência que um evento governamental muito importante teve sobre a Colt e a evolução de sua nova pistola, bem como sobre toda a indústria de armamento leve dos Estados Unidos.

A partir de 1901, o Ministério da Defesa do Governo Norte-Americano, através de seu Departamento de Ordenança, iniciou uma espécie de “competição” que abria uma oportunidade para diversos fabricantes do mundo todo participarem com seus projetos, e visava testar e depois definir qual seria a futura arma curta adotada pelas Forças Armadas. Detalharemos mais abaixo como foi a condução e o resultado destes testes.

MODELO MILITAR 1902

Era importantíssimo para os negócios da Colt continuar fornecendo armas ao seu maior cliente: o Governo Americano. Com o anúncio da realização dos testes citados acima e de olho no potencial militar, a Colt anunciou em 1902 o Modelo Militar, que contava com algumas modificações: aumento da capacidade de cartuchos no carregador, de 7 para 8 cartuchos; incorporação de uma argola para a passagem do cordão de segurança; uma empunhadura pouco mais longa e quadrada e o mais importante, um “hold-open“, dispositivo destinado a manter o ferrolho aberto após o último disparo. Isto tem duas finalidades: servir como alerta ao atirador de que a munição acabou e permitir, após a inserção de novo carregador, que o ferrolho se feche, acionando-se uma tecla. Este modelo foi produzido até 1928, com cerca de 18,000 armas fabricadas. Em 1908, a Colt alterou a posição das ranhuras anti-derrapantes da posição frontal para a posterior, tal como já estava sendo usado a partir da Colt 1903.

O modelo Militar de 1902 com as modificações adequadas à finalidade militar: anel para cordão de segurança, tecla para liberar o ferrolho após o último disparo e “spur-hammer” (spur=espora).

Acima, vista explodida do modelo 1902 e 1903 “Pocket”, parte do manual fornecido na época

Acima, desmontagem parcial da Colt Military modelo 1902 em calibre .38 ACP com as seguintes peças: (1) ferrolho, (2) cano com duas bielas, (3) trava de desmontagem, (4) mola recuperadora, (5) guia da mola recuperadora, (6) armação completa e (7) carregador. 

POCKET MODEL 1903

Paralelamente ao mercado militar, a venda de armas comerciais também era um excelente negócio. Daí, surge a idéia de lançar uma pistola adequada à esse perfil de consumidores: o modelo Pocket de 1903. A maior inovação deste modelo é que ele possuía um cano com comprimento de 4 1/2″ ao invés das 6″ encontrada no modelo 1902.  Com o tamanho e peso reduzidos, este modelo era bem mais adequado ao porte pelos civís, que achavam os modelos anteriores muito grandes para uso dissimulado. Estruturalmente, não havia nenhuma mudança para modelos anteriores, principalmente no que tange ao mecanismo interno; não possuía o “hold-open” mas foi mantida a solução do percussor flutuante, ao invés de se usar uma trava de segurança externa. O cartucho empregado continuava sendo o .38 ACP.

O modelo Pocket de 1903, com dimensões reduzidas em relação ao modelo 1902. Essa versão da foto está com o cão tipo “spur-hammer”, mas foi fabricada também com cão arredondado, similar ao do modelo 1900.  (foto do autor)

Uma Colt 1903, oferecida com cabo de marfim e o medalhão com logotipo Colt

MILITARY MODEL 1905

Em 1907 o Governo dos Estados Unidos deu início aos chamados U.S. Government Trials,  o processo para testes e dotação de uma nova arma de porte individual, para substituição dos revólveres Colt em calibre .38.

Nosso artigo “A Colt 1911 – Os U.S. Trials de 1907“, aqui neste site,  reporta de maneira bem detalhada todo esse procedimento. Lendo-o você tomará conhecimento de quais as armas que participaram da contenda e qual foi todo o desenrolar dos testes.

Os exemplares que destinados ao teste de 1906 eram, na verdade, quase idênticos ao modelo 1902, mas adaptados para o uso com o novo cartucho desenvolvido pela própria Colt, e que fôra o aceito pelo governo. O comprimento do cano foi reduzido para 5″, pois havia um consenso geral entre o pessoal de testes que o cano de 6″ provocava demasiado peso na frente, deixando a arma desbalanceada e com tendência a disparar tiros instintivamente para baixo.

A inscrição padrão para essa arma era “AUTOMATIC COLT CALIBRE .45 RIMLESS SMOKELESS”. Nota-se o interesse da Colt em salientar que o cartucho era sem aro “rimless” e utilizando pólvora sem fumaça.

O modelo 1905, já em calibre .45 ACP, destinada para os testes do campo de provas em 1906 e 1907. Apesar de que sua aparência já se aproximava do projeto final de 1911, manteve-se ainda o retém do ferrolho na parte dianteira e a ausência de travas de segurança externas. Note o longo extrator externo, substituído posteriormente, na 1911,  por um modelo embutido no ferrolho.

MILITARY MODEL 1907

Durante os anos seguintes, a Colt redesenhou e aperfeiçoou o modelo 1905, baseando-se nas exigências dos técnicos e dos problemas que ocorriam. Esses modelos foram posteriormente chamados de 1907, 1909 e 1910, basicamente a mesma pistola de 1905 com leves alterações. Dentre as mais importantes destaca-se a implementação de uma trava de segurança na empunhadura.

Pistola Colt modelo 1907, em calibre .45 ACP. Praticamente já estavam definidas aqui todas as características principais que iriam gerar o modelo 1911. Note a trava de segurança na empunhadura, um das exigências da comissão. 

O modelo 1907 viria a ser a chave do sucesso para que a Colt conseguisse permanecer participando dos testes. A Colt implementou diversas mudanças e melhorias, algumas exigidas pela comissão, como a trava de segurança na empunhadura, detalhe que a concorrente Parabellum possuía. Um indicador de cartucho municiado na câmara também foi incluído nas mudanças. Foram produzidas 200 peças para testes e mais 7 de reserva, e foram distribuídas para várias divisões de Cavalaria do Exército, em 1908.

Mesmo assim, problemas começara, a surgir como quebra de gatilho e falhas de ejeção. Havia uma corrente muito forte dentro de unidades do Exército que não escondiam a  preferência pelo uso de revólveres, ainda mais na Cavalaria. Em 1909 a Colt recolheu todas as 200 pistolas para proceder à refinamentos, que incluíam uma abertura maior da janela de ejeção, dentre outros detalhes de reforço nas peças. As armas foram devolvidas às unidades e aos testes, e os problemas foram mínimos. Mesmo assim o preconceito conta as pistolas continuava.

Mesmo assim, a M1907 venceu a sua única concorrente nos testes, a pistola Savage, embora tenha sido uma luta acirrada. O nosso artigo sobre os Testes de 1907 poderá ser consultado para maiores detalhes.

Após o final dos testes, 185 pistolas das 200 foram enviadas ao Arsenal de Springfield, pois não se destinariam a ser comercializadas ou utilizadas por alguma divisão do Exército. A idéia seria recondicioná-las para retornar ao uso, mas o Arsenal achou que não valeria a pena o investimento. As 185 armas foram leiloadas em um único lote, e o arremate foi dado pela Bannerman Co. de Nova York,  famoso revendedor de armas da época. A oferta foi de US$ 1.644,00, que daria hoje algo em torno de US$ 40.000,00. A Bannerman as vendeu posteriormente. Há relatos de que 5 exemplares foram utilizadas como prêmio para campeonatos de tiro, e eram inclusive gravadas com o nome do atirador. Sabe-se que pelo menos uma dessas cinco existe atualmente.

MILITARY MODEL 1911

Tendo em mente que a Colt pretendia vencer de qualquer maneira a competição dos U.S. Trials, todos os esforços de John Browning e a equipe de engenheiros foram dedicados quase exclusivamente à essa missão. Sendo assim, nos anos de 1907 até 1910 a fábrica apresentou ao pessoal do Comission Board dezenas de modelos, cada um com mais alguma inovação ou com correções de defeitos detectados nos campos de prova.

Pistola modelo 1907 enviada para os testes: ainda com o ferrolho com retém, cano com dois balancins mas com já com a trava de empunhadura, exigência do pessoal da Comissão.

Reprodução da patente de Browning de 1911 – empunhadura arredondada, ferrolho redesenhado sem retém dianteiro, trava “hold open” externa, cano com somente um balancim, trava de empunhadura e retém do carregador na posição superior, atrás do guarda mato.

As Colts 1909 e 1910, onde realmente se nota a grande modificação implementada

Modelo 1910, praticamente uma pistola 1911 definitiva.

Para os derradeiros testes, a Colt apresenta a sua versão quase definitiva, chamada por alguns autores como modelo 1910 mas que na verdade, já era o que viria a ser a definitiva 1911. Essas mudanças  foram as seguintes:

1- Ferrolho redesenhado, agora com a  parte frontal inteiriça, abrigando o retém da mola recuperadora e eliminado a chaveta deslizante que servia de retém do ferrolho.

2- Mudança na inclinação da empunhadura, possibilitando uma “caída” mais natural na mão do atirador, bem como alargamento da sua base, melhorando a ergonomia geral.

3- Adição de duas travas externas de segurança; além de se manter o percussor inercial. A primeira delas, uma trava de duas posições, que podia ser movida pelo dedo polegar da mão direita, e que era montada do lado esquerdo da armação. Com o cão armado, a trava acionada impedia a sua queda. A trava não podia ser acionada com o cão desarmado. A segunda trava era, na verdade, uma peça montada na parte posterior da empunhadura, que era naturalmente pressionada para dentro da arma quando a mesma era empunhada pela mão do atirador. Sem esse pressionamento não era possível desarmar ou disparar a pistola. Essa trava de empunhadura foi uma insistência do Exército pois Browning, até então, não apreciava muito essa solução.

4 – Dispositivo de retenção do ferrolho “hold-open” redesenhado, possibilitando ser desarmado usando o dedo polegar, posicionado bem acima do gatilho.

5 – O retém do carregador, antes uma tecla na base da empunhadura que forçava o uso das duas mãos para se retirar um carregador, agora dispunha de um botão convenientemente colocado logo atrás do gatilho, podendo ser pressionado pelo polegar da mão direita.

6 – Gatilho alongado, para aumentar a distância entre a tecla e a parte posterior da empunhadura.

7 – Eliminação de um dos dois balancins do cano, utilizando-se agora só um, traseiro, cuja articulação aproveita o mesmo pino usado para a articulação da tecla do “hold-open”, que atravessa o corpo da arma de um lado a outro.

Acima, o modelo 1905 e abaixo o 1911, a título de comparação para avaliar toda a evolução da arma em praticamente 5 anos. Com exceção de algumas peças internas quase iguais, pode-se dizer que a 1911 se trata de uma nova arma. (Foto do autor)

O cartucho que era originalmente usado até agora também sofreu modificações; o peso do projétil passou de 200 para 230 grains com diferença também no tipo e peso da pólvora. Com esses detalhes, a potência do cartucho foi aumentada consideravelmente, o que também deve ter influído na decisão, acertada, de se redesenhar o ferrolho.

Os testes se prolongaram até o mes de março de 1911, quando finalmente a Comissão decidiu que somente duas armas permaneceriam em testes: a Colt e a Savage. Esta última sofreu nos derradeiros testes com a quebra de algumas peças enquanto a Colt suportou cerca de 6.000 tiros sem ocorrer nenhum problema.

A pistola norte-americana Savage, modelo 1907, em cal. 45, modelo idêntico ao que foi submetido aos testes em Springfield e única arma a permanecer em testes juntamente com a Colt.

Finalmente, todo o esforço dedicado por Browning e a Colt foi coroado: após as análises obtidas nos resultados dos testes, o Departamento de Ordenança publica o veredicto final: a pistola apresentada pela Colt venceu a última concorrente em todas as provas efetuadas. Logo em seguida, o Depto. de Ordenança emitiu a declaração oficial da dotação da arma pelo Governo, sob a nomenclatura oficial de U.S. Service Pistol model 1911. A data oficial da dotação da arma foi 29 de março de 1911.

Modelo militar da 1911, exatamente idêntica à adotada logo após o U.S.Trial de Springfield – Nota-se aqui os dois zarelhos, um no próprio carregador (descontinuados em 1916) e o outro na base do suporte da mola do cão, local que permaneceu posteriormente.  (Foto do autor)

A MODELO 1911 EM SERVIÇO

A estréia em combate e em grande estilo da nova arma estava bem mais próxima do que se imaginava. Com a eclosão da I Grande Guerra, embora os USA ficassem ainda alguns anos fora do combate, a Inglaterra sofria terrivelmente com escassez de armamento. Na alçada de armas curtas, os revólveres Webley já estavam dando o que tinham de dar e o Exército Britânico encomendou da Colt 10.000 pistolas 1911 recalibradas para uso do cartucho .455 Webley Auto, utilizado na pistola do mesmo nome. Do lado direito do ferrolho levam a inscrição “Calibre .455” e a numeração serial se incia em W 100.001. Tanto o Exército como a Marinha Real, bem como os canadenses, fizeram uso dessa pistola. Após a guerra, várias dessas pistolas foram transferidas para a Royal Air Force e pouco antes da II Guerra, declaradas fora de serviço, foram vendidas a comerciantes norte-americanos. O cartucho .45ACP pode ser usado nessas armas mas com ressalvas, pois nem sempre a fazem funcionar de forma perfeita.

Em 1912 a Noruega resolve adotar como arma regulamentar a pistola Colt 1911 e devido ao fato de que fabricantes americanos não tinham, na ocasião, condições de suprir o pedido norueguês, o país resolve fabricar a pistola “em casa”, sob licença obtida da Colt Firearms, a partir de 1919. Cerca de 33.000 armas foram produzidas, com as inscrições “11,25 mm. Automatisk Pistol Model 1914”.

Os Estados Unidos entraram na I Grande Guerra em 1917 e logo após, o Comando percebeu da necessidade de que mais homens realmente precisavam do apoio de uma arma curta individual. No esforço de guerra, a Colt não conseguia dar conta de toda a demanda. Assim a Remington recebeu um pedido de 150.000 pistolas, o que se tornou logo insuficiente, causando a distribuição, em 1918, dos desenhos da arma para fabricantes que nunca haviam feito armas antes, como a National Cash Register, Burroughs, Caron Brothers e outras. Porém, logo o conflito terminou e esses fabricantes nem sequer produziram qualquer peça. As únicas que realmente tomaram parte do conflito foram feitas pela própria Colt, pela Remington e pelo arsenal de Springfield.

Abaixo a relação dos fabricantes norte-americanos que assinaram contratos de produção das pistolas 1911, com as respectivas quantidades contratadas, mas que na verdade não chegaram a fabricar nenhuma peça:  Winchester Repeating Arms (100.000), A. J. Savage Munitions (100.000), Burroughs Adding Machines ( 250.000), Lanston Monotype (100.000), National Cash Register (500.000) e Savage Arms (300.000). No Canadá tivemos a Caron Brothers com 300.000 armas e a Dominion Rifle Plant (Ross) com 50.000 pistolas. Durante a I Guerra, as Forças Armadas Americanas receberam um total de 446.000 pistolas, das quais 425.000 foram de fabricação Colt. Ao término do conflito, 169.164 armas foram desaparecidas ou perdidas.

O modelo 1911 teve uma produção total executada pela própria Colt em 674.000 armas, de 1912 a 1924. O Arsenal de Springfield produziu 31.000 nos anos de 1914 e 1915. O total geral de peças fornecidas ao Governo Americano de modelos 1911 foi de 731.776 peças. Alguns contratos foram assinados como os da Grã Bretanha, de 11.000 pistolas em calibre .455 (1915 e 1916) e de mais 14.500 armas para o Governo Imperial Russo, nesse mesmo período.

A PRIMEIRA MODIFICAÇÃO – MODELO 1911A1

De 1911 até 1924 a Colt não implementou nenhuma modificação na pistola. Então, neste ano de 1924 a Colt resolveu fazer algumas modificações, todas elas de certa forma intercambiáveis com os modelos anteriores. Essa nova versão da arma se denominou de 1911A1. No entanto, a denominação de 1911A1 só começou a ser utilizada em 1926. A numeração serial das 1911A1 foi reiniciada nas pistolas militares para 700.001. Nas armas comerciais, o serial das 1911A1 iniciaram-se em C135.000.

As primeiras 10.000 pistolas fornecidas para o Exército dos USA (700.001 a 710.000) saíram de fábrica ainda com a nomenclatura de 1911, e são chamadas de modelos transicionais – o valor delas, no âmbito de coleção, é extremamente alto.

Primeiramente, desenhou-se uma nova peça, posicionada na parte traseira da empunhadura, logo abaixo da trava de segurança, com um novo formato mais arqueado e zigrinado. Essa peça, além de servir como alojamento da mola do cão, com o novo formato fornecia uma melhor empunhadura à arma.

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Um dos primeiros protótipos da Colt modelo 1911A1, com as modificações efetuadas em 1924, incluindo gatilho mais curto, usinagem do guarda-mato e curvatura proeminente da empunhadura. Trata-se de um modelo fabricado para testes, onde se nota o acabamento geral bem mais rústico. (Foto do autor, coleção particular)

Outra pistola Colt 1911 A1 de produção de 1924, primeira série com as alterações implementadas (coleção particular)

O gatilho e o guarda-mato foram alterados; a tecla do gatilho foi encurtada mas o curso permaneceu o mesmo. Especula-se que isso foi devido à aumentar a área livre do guarda-mato e permitir o melhor manuseio quando o atirador estivesse usando luvas. A bem da verdade, hoje em dia, a primeira coisa que vários atiradores modificam nas suas 1911A1 é o gatilho, retornando-o ao seu tipo antigo.

Colt Government Model cal. 45, do contrato brasileiro – Foto do Autor, coleção particular

O cão também teve seu desenho modificado e a parte saliente da trava de empunhadura foi aumentada. Isso resolveu dois problemas de uma vez: facilitava o desarme do cão com uma só mão, porque a cabeça do cão podia pressionar essa nova extensão da trava, acionando-a automaticamente. Outro detalhe eram as conhecidas “mordidas” que se costumava obter na mão, na área situada entre o polegar e o indicador, que era mastigada entre o cão e a extensão da trava. Esse problema, na verdade, não foi totalmente resolvido. Até hoje alguns atiradores com mãos grandes sofrem deste “acidente”.

Os carregadores da Colt Governemnt sempre receberam acabamento oxidado pelo sistema de banho à quente. Presumivelmente, durante alguns testes já com a arma em uso, verificou-se um desgaste prematuro nos lábios do carregador, o que passou a  ocasionar falhas na alimentação. Havia então indícios de que a têmpera que era aplicada ao aço nesse local estava sendo afetada pelo aquecimento sofrido durante o processo de oxidação. Decidiu-se então, por uma certa época somente, submeter as peças a um processo de endurecimento do material na parte superior após a oxidação, e não antes como estava sendo feito. O processo consistia no processo de cianetação por mergulho em solução a 1600º F e depois em óleo mineral. A oxidação era, por consequencia, removida da peça até o ponto onde a mesma era mergulhada.

II GUERRA MUNDIAL

Pouco antes da eclosão da II Guerra, em 1937, o Governo Brasileiro iniciou um acordo com o governo norte-americano e a Colt Firearms para fornecimento das pistolas Colt Government Model ao Exército, plano esse de substituição gradual dos revólveres Smith & Wesson 1917, oriundos de outro contrato de grande porte, e das pistolas Parabellum (Luger) do contrato de 1908. Na verdade a pistola nunca chegou a substituir os revólveres em sua totalidade, principalmente porque, a partir de 1939, não haveria mais condições da Colt continuar mantendo contratos com outros países em virtude do conflito que eclodiu, envolvendo a Inglaterra, país aliado com o qual a Colt já mantinha um contrato de fornecimento em caráter prioritário.


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Pistola Colt Government Model, um dos exemplares oriundos da grande importação de 1937, devidamente “brasonada”, nas mãos de coleção particular. O número serial foi apagado propositalmente na foto. 

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Modelo 1911A1 do Contrato Brasileiro, em condição impecável, da coleção de Greg Friedmann (USA)

De 1937 a 1941 o Governo Brasileiro adquiriu 14.500 pistolas, para suprir o Exército, armas essas que seriam enviadas separadas em dois grupos, um em 1937 e outro em 1940. As armas vieram embaladas individualmente em caixas de papelão duro, com inscrições em inglês e em espanhol, e curiosamente com um manual de instruções em… espanhol! A numeração serial dessas armas situavam-se dentro da série C188000 a C209000 de forma aleatória. As talas eram de nogueira americana zigrinadas em toda a sua superfície, e não possuíam o medalhão da Colt. Do lado direito do ferrolho encontra-se o Brasão de Armas da República e as inscrições Exército Brasileiro, seguida da numeração específica do Exército (de 1 a 14.500), e em baixo, o ano de 1937 e também 1940.

Em 1937 vieram 3.450 armas. Em 1938 chegaram mais 4.550, mas sempre com a data de 1937. Em 1940 vieram as armas restantes para completar o lote de 14.500 peças. Todas receberam a numeração de Inventário do Exército Brasileiro, na medida que os lotes iam chegando, ou seja de 1 a 14.500, número esse gravado do lado direito do ferrolho, logo em seguida da inscrição EXÉRCITO BRASILEIRO.

Interessante citar de que essas 14.500 pistolas não foram as primeiras a virem para nosso país. A Marinha Brasileira já havia adquirido, em 1921, 200 pistolas, quando ainda não haviam sofrido as mudanças para a versão A1, que ocorreu em 1924. Um exemplar dessas 200 encontra-se preservada no Museu de Armas da Polícia Militar de São Paulo.


Pistola Colt Government Model, do acervo da PM de São Paulo, uma das 200 adquiridas pela Marinha em 1921

Apesar de que, a partir de 1938, algumas pistolas já estavam utilizando um dispositivo de segurança adicional, a chamada Swartz Safety, os exemplares que vieram para o Brasil não possuíam esse dispositivo. Trata-se de uma segurança adicional, que foi desenvolvida por William Swartz, onde a trava de empunhadura traseira bloqueava o percussor, quando não estava pressionada. O objetivo era evitar disparo de um cartucho na câmara em caso de queda, apesar da Colt possuir um percussor inercial. A maior incidência na utilização dessa trava foi durante os anos de 1939 e 1940, pouco antes do Governo Americano iniciar com as ordens de fornecimento, devido à guerra. Como não houve nenhuma exigência por parte do Depto. de Ordenança, a Colt não utilizou mais o mecanismo. As posteriores Colt Series 80 possuem um dispositivo semelhante, mas não se trata desse mesmo mecanismo.

Um esquema do funcionamento da Swartz Safety: O percussor (38) sofreu uma usinagem adicional para criar um rebaixo, no qual se encaixava o bloco (42) com sua mola (43). Ao se pressionar a trava de empunhadura (32), a alavanca (18) era impulsionada para cima por ação de uma lingueta na tecla da trava (32), que por sua vez pressionava o bloco (42) para cima, liberando assim o movimento do percussor. A finalidade desse sistema de segurança era o de prevenir disparos acidentais em quedas. 

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Inscrições do lado esquerdo da Colt Government do Contrato Brasileiro, as mesmas dos modelos comerciais disponíveis nos USA na época, mas acrescidas da inscrição do calibre CAL.45 AUTOMATIC. Essa inscrição, nos modelos comerciais, situava-se do lado direito, que nas armas do Contrato exibiam as gravações padrão: O Brasão de Armas, EXÉRCITO BRASILEIRO, o número de inventário e embaixo, as datas, 1937 ou 1940.

Por força de contrato com o governo americano, as pistolas fizeram parte do arsenal a ser utilizado pela FEB; o restante do armamento (fuzis, metralhadoras, etc.) seria cedido à FEB já na Itália. Somente os oficiais foram autorizados a levar as Colts como arma de porte. Como a Parabellum ainda era uma pistola de dotação do Exército, pesquisadores afirmam que elas também podem ter sido levadas por oficiais, mas isso é uma suposição, visto que o cartucho 7,65mm Parabellum não era compatível com o armamento norte-americano. Os revólveres S&W Mod. 1917 também foram levados e utilizados como “side-arm” por oficiais. Pilotos da FAB utilizavam os S&W Military & Police em calibre .38SPL como arma de defesa. Não se sabe se todas as 14.500 pistolas do contrato foram para a Itália, mas acredita-se que grande parte dela seguiu para lá, mantendo aqui várias delas de uso do contingente que não embarcou.

Detalhe do “cavalinho rampante”, a famosa marca utilizada pela Colt Firearms desde 1850

No início da II Grande Guerra, o arsenal norte-americano contava com cerca de 375.000 pistolas 1911 mas mesmo assim, com a entrada do país na guerra, em 1942, a Remington Rand (1.000.000 de armas) , a Union Switch (55.000), a Ithaca Gun Co. (370.000) e a Singer Sewing Machine Co. (com só 500 peças) foram recrutadas para fornecer as pistolas. Porém, depois da adoção das carabinas semi-automáticas em calibre .30M1, a necessidade de suprir mais pistolas diminuiu bastante. A priori, as pistolas eram destinadas somente ao uso de praças com posto mínimo de Sargento e praticamente a todos os oficiais em zona de combate ou não.

No caso específico da produção feita pela Singer em 1941, cuja numeração se iniciava em S800001 até S800500, a pequena quantidade de 500 pistolas fez com que essa arma adquirisse uma condição de extremamente rara nos dias de hoje, com valores bem altos quando comercializadas entre colecionadores. Últimos eventos de negociação de uma dessas armas atingiu US$ 30.000,00.

Esse autor, que trabalhou na filial brasileira da empresa por longo tempo, teve a oportunidade, durante a década de 70, de conhecer e conversar com um dos engenheiros americanos da Singer Sewing Machine Company, em Elizabeth, New Jersey, Mr. John P. Pierce. Esse engenheiro havia trabalhado no projeto da arma em 1941, e forneceu ao autor relatos e fatos interessantes dessa época.

Acima, um dos raríssimos 500 exemplares da pistola Colt 1911A1 produzida pela Singer, em 1941, pertencente à um colecionador norte-americano. A inscrição se resumia à S. MFG. CO., ELIZABETH, N.J., U.S.A., localizada do lado esquerdo do ferrolho. A numeração situava-se do lado direito da armação; essa arma foi produzida em dezembro de 1941.

Segundo relato, toda a produção de 500 armas da Singer foram endereçadas ao U.S. Army Air Corps, o que indica que, provavelmente, grande parte dessas armas esteja repousando no fundo do oceano. Como sempre ocorre com armas muito raras, há relatos de pistolas Singer falsas, encontradas nos USA. O exame de qualquer modelo, que supostamente possui as marcas e a numeração serial condizente, deve ser cuidadosamente examinado nos mínimos detalhes. O esmero e acabamento de alto padrão é uma constante nos exemplares conhecidos, e não é um exagero afirmar que essas armas produzidas pela Singer eram as mais bem acabadas e esmeradas Colts 1911 fabricadas em tempo de guerra.

Outro exemplar de uma Colt Model1911A1 produzida pela Singer, em mãos de colecionador norte-americano.

Em 1925 o Depto de Ordenança do Exército requisitou da Singer um estudo de engenharia para a produção em massa das pistolas. Esse estudo foi conduzido na matriz da empresa, em Elizabeth, New Jersey. O estudo levou um ano para ser concluído levando-se em conta ferramental, métodos e estimativa de adicional maquinário para suprir uma demanda de 25.000 armas/mes. Em 1939 a empresa recebeu o aval para a produção das armas. Esse pedido obteve a denominação oficial de Educational Order No. W-ORD-396 para a produção das 500 primeiras peças. A Singer produziu a totalidade das peças, desde a mais pequena mola até cano e ferrolho. Os únicos componentes adquiridos de fora foram as talas, feitas em plástico, pela Keves Fibre Company. O processo iniciou-se em 17 de abril de 1940. Não foram utilizados anéis de reforço em volta dos parafusos das talas. O acabamento da arma, oxidado à banho quente, foi feito pelo processo “high-gloss” da Du-Lite e oferecia uma aparência sem comparação às demais pistolas produzidas em outras fábricas.

Em maio de 1940 o Cel John K. Clement, comandante da New York Ordenance District e chefe executivo da Army Inspector Ordnance foi designado para administrar e acompanhar a produção das pistolas da planta de Elizabeth. Suas iniciais JKC encontram-se carimbadas em todas as 500 peças produzidas, logo abaixo da trava de retém do ferrolho, lado esquerdo da arma.
A meta de produção de 100 pistolas/hora nunca chegou a ser atingida. Sem esconder uma certa atitude de orgulho, Pierce chegou a afirmar que a produção em massa nunca seria o forte da companhia, uma vez que havia dentro da empresa uma cultura de perfeccionismo inerente à cada operário, e apesar da urgência do projeto, não deixavam passar nada adiante antes de inspeção rigorosa e atenção aos detalhes. Por isso, a fama dessas pistolas de serem as mais bem acabadas das produzidas em tempos de guerra, é merecida.

Posteriormente às 500 produzidas, o ferramental e documentação, blue-prints, etc, foram enviados à Remington Rand e à Ithaca. Parte das peças foram enviadas ao Depto de Ordenança do Exército e utilizadas como modelos e referências. Segundo relato de John Pierce, diversas peças saíram da linha de produção além das 500 documentadas, porém sem a chancela do Cel. Clement e com numeração serial fora da estabelecida. No entanto, tais peças seriam hoje de difícil identificação, e não se tem nada que comprove a quantidade que pode ter sido produzida.

A companhia Singer sempre teve, historicamente e como meta, uma excelência nos processos de fabricação, na qualidade da matéria prima e no profissionalismo técnico, produzindo famosas máquinas de costura que, como se dizia na época, eram feitas para durar cem anos, passando de avós para mães, e depois para filhas. Há relatos de que a pequena quantidade de pistolas produzidas tenha como consequencia a necessidade do governo americano ter confiado à empresa missões na elaboração de produtos mais sofisticados e complexos, deixando a produção das pistolas para outras empreiteiras.

Continuando com nossa história, nos tres primeiros anos da II Guerra, a Colt Firearms se dedicou a cumprir e participar do programa nacional de fornecimento de armas ao Reino Unido, o chamado “Lend Lease”, onde cerca de 39.500 pistolas Government Model foram fornecidas.

O desempenho da pistola nos campos de batalha foi, quase sempre, irrepreensível. Os soldados a adoravam e de modo geral, a arma quase não precisava de muita atenção no que se refere à manutenção e limpeza. O fato de utilizar a mesma munição das sub-metralhadoras Thompson, e mesmo das sucessoras M3, havia grande oferta de munição ao alcance das mãos. O seu grande poder de parada era um ponto favorável, apesar de que pistolas são armas essencialmente defensivas; seu uso, portanto, era limitado à uma situação de emergência.

Acima uma Colt 1911A1 do arsenal norte americano em tempos de guerra. A marcação U.S. PROPERTY é colocada do lado esquerdo, juntamente à inscrição 1911 A1 U.S. Army, acima do número de série da arma. No ferrolho, do lado esquerdo, também há a inscrição 1911A1 U.S. ARMY. Ainda do lado esquerdo, havia a marca do Ordnance Department Inspector, logo abaixo da linha do ferrolho, nas proximidades do cão. Do lado direito, na região posterior ao guarda-mato, era onde normalmente se carimbavam as marcas dos inspetores existentes em cada uma das unidades fabrís que produziam a pistola durante a guerra. Abaixo uma relação de todas essas marcações, com os respectivos nomes desses inspetores e onde atuavam:

AS CÓPIAS

Após o término do conflito, o sucesso da pistola se espalhou pelo resto do mundo, sendo adotada e inclusive copiada por forças armadas de diversos países. Mesmo antes da II Guerra, apenas para citar alguns exemplos, temos o caso da Argentina, que chegou a fabricar a arma em 1927 pela Fabrica Militar de Armas Portatiles Domingo Matheu.

Em adição ao modelo militar, a empresa Hispano Argentino Fabrica de Automoviles S/A (HAFDASA) fabricou, porém sem autorização formal, a Ballester-Molina. Não era uma cópia exata da Colt, pois possuía tanto algumas modificações internas como na aparência externa. Na Espanha, tivemos a Gabilondo y Cia. (Llama) e a Star (Bonifacio Echeveria) que em 1920 e 1921 lançaram suas cópias. Pelo resto do mundo, Vietnam e Coréia do Norte foram alguns dos países que também tiveram suas cópias.

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As espanholas Llama e  sua “irmã” Star, ambas baseadas no projeto da Colt 1911 com pequenas alterações na aparência externa e no mecanismo. Notem a ausência da trava se segurança na empunhadura.

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A pistola argentina HAFDASA, a Ballester-Molina, também com modificações externas e internas, com o gatilho pivotado e ausência da trava da segurança da empunhadura. Apesar disso, era construída utilizando-se excelentes materiais.

MUDANÇAS À VISTA

A partir de 1945 praticamente não houve mais aquisições de pistolas Colt pelo Governo Americano. Depois de alguns anos, a Força Aérea resolveu abrir mão de suas velhas 1911 a favor de revólveres S&W em calibre .38. Enfim, em 1976, tanto Exército como a Aeronáutica estavam com um problema: substituir suas armas curtas por algo totalmente novo. A Força Aérea começou a executar testes visando a dotação de uma pistola semi-automática em calibre 9mmX19, o 9mm Parabellum, em uso pela maioria dos países membros da OTAN. Por volta de 1980, o Departamento de Defesa dos USA resolveu unir os esforços do Exército, Marinha e Aeronáutica para que, juntos, numa comissão, chegassem a uma solução comum. Essa comissão, após vários impasses, elegeu o cartucho 9mmX19NATO como o padrão a ser adotado por todas a Forças Armadas. O GSA, General Services Administration, contestou se era realmente necessária a substituição de todas as pistolas .45 por armas novas, em calibre 9X19. Alegou que poderiam converter, a um custo extremamente mais baixo, o armamento contido nos arsenais.

O autor na década de 70 com a Colt Government .45 logo após um disparo- nota-se o tradicional “pulo” da arma e o cartucho ejetado

Afinal, a própria Colt possuía um modelo idêntico à 1911A1 em calibre 9mm. Estimou-se o custo desta transformação em US$ 160,00 por arma. O problema é que o levantamento feito nos estoques indicou grande quantidade de armas que necessitariam muito mais que uma simples troca de canos e carregadores e de uma pequena modificação no ferrolho. Além do que, a necessidade do Exército em desejar uma pistola de ação dupla, mais leve, e com capacidade de pelo menos 13 cartuchos, não seria atendida. Em 1981, foi divulgado um MC “Military Characteristics” para todos os fabricantes mundiais que se interessassem em fornecer armas para testes. Essas características eram um rol de exigências a serem apresentadas pelos proponentes. O projeto se chamava pistola XM9. Os ítens mais importantes eram a capacidade do magazine entre 13 a 15 cartuchos, pressão do gatilho não inferior à 3,5Kg, ejeção de cartucho preferencialmente por cima e não para os lados, peso reduzido, e ação dupla com cão externo, mais uma trava de segurança.

A própria Colt, a alemã Walther, a Smith & Wesson, a austríaca Steyr, a Heckler & Kock, a Browning com o mod. BDA9, a suíça SIG e a italiana Beretta, apresentaram seus produtos. Após a contenda de exaustivos testes, a SIG e a Beretta mod. 92SB foram as eleitas, passando finalmente à esta última, em 14 de janeiro de 1985, o privilégio da dotação, em virtude principalmente de grande diferença de custo. O contrato foi assinado em menos de 30 dias. A Beretta teria que importar as armas nos lotes iniciais, no segundo ano montar as pistolas nos USA com peças importadas e em 3 anos já estar fabricando as pistolas em Maryland.

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A pistola Beretta modelo 92SB, a arma adotada pelo Governo dos USA em 1985. O modelo atualmente em uso, denominada de U.S. Pistol M9, já possui sensíveis diferenças de desenho em relação ao projeto original.

Há aqueles que puderam ver como o projeto 1911 atingiu, com o passar dos anos, um grau elevado de confiabilidade e qualidade perante às suas concorrentes; aqueles que sentiram seu balanço e peso, confortavelmente instalados em seus estandes de tiro ou mesmo aqueles em situação de combate, que nela depositaram suas vidas e onde a segurança e potência eram fundamentais. Em qualquer um dos casos, seguramente, ninguém precisaria dizer “Adeus, velha amiga!”

Ela ainda está muito viva entre nós, gloriosa e vitoriosa, em várias de suas formas. Aliás, o projeto básico da 1911 foi tão bem sucedido, tanto em uso militar como civil, que pode-se afirmar, sem medo de errar que, provavelmente não exista nenhuma outra pistola semi-automática com tantas imitações, desde as mais rústicas cópias chinesas até os espetaculares e perfeitos modelos especiais para a modalidade de tiro prático, apesar de que muitos deles incorporam alterações e melhorias sobre seu projeto original.

O PROJETO 1911 PÓS GUERRA E NA ATUALIDADE

Com a diminuição gradativa e drástica na produção da Colt 1911 para o Governo Norte-Americano, com início na década de 60, a fábrica passou a se dedicar quase que inteiramente aos modelos comerciais e esportivos. Assim sendo, em 1970, a Colt lança a chamada Series 70, que foi a primeira grande modificação efetuada no projeto da 1911 desde 1921, quando foi lançada a 1911A1. Dentre outras coisas, nota-se a nova bucha de fixação do cano, que agora se assemelhava a um colar com quatro “fingers” com ação de mola chamada de Collet Bushing. Com isso, a Colt melhorava a precisão da arma, mantendo a boca do cano mais firme e com menos jogo que com o uso de uma bucha simples. Os canos passaram a ser oxidados por fora nas armas que eram oxidadas ou canos em aço inox nas armas que tinham esse tipo de acabamento. As miras traseiras foram melhoradas quanto ao desenho. Eliminou-se também o anel de fixação do fiel sob o cabo e o acionador da trava de segurança foi ligeiramente aumentado.

Dez anos depois, a Series 80, lançada em 1983, incorporou às Séries 70 um novo projeto de percussor, redesenhado de forma a evitar disparos acidentais com o uso de um sistema de travamento automático; o movimento do percussor só era liberado quando a tecla do gatilho começava a ser pressionada. Esse sistema não era similar ao antigo Schwatrz Safety que descrevemos anteriormente. O gatilho foi redesenhado e aumentado, ficando parecido com o da 1911 original. As alça e massa de mira agora eram do tipo “three-dots”; acabamento “brush-finish” no ferrolho e armação, entre outras mudanças.

O sistema de segurança do percussor das Serie 80 não tinha na em comum com o anterior Schwatz Safety. Ao contrário daquele, que era acionado pela tecla da trava de empunhadura, este era acionado pela própria tecla do gatilho. Adicionou-se somente algumas poucas peças pequenas ao conjunto de disparo, se forma que o gatilho liberasse o caminho do percussor antes de liberar o cão propriamente dito. No entanto, a pressão na tecla do gatilho foi ligeiramente aumentada devido à esse sistema em relação às pistolas da Serie 70. 

As 1911 da série Gold-Cup National Match são pistolas customizadas de fábrica, para competição, com alça de mira regulável micrometricamente e gatilhos alongados e “ventilados”, com pressão de disparo aliviada para pouco abaixo dos 2Kg. O cão foi redesenhado e trava de segurança traseira tinha agora a aba mais alongada, evitando assim as costumeiras “mordidas” que ocorriam nas mãos de atiradores, entre os dedos polegar e indicador. As 1911 XSE trazem muita semelhança com as Gold Cups mas possuem os serrilhados do ferrolho na parte frontal e posterior, talas em roseira zigrinadas, trava de segurança ambidestra, gatilho regulável, cão do tipo “combate”, entre outras coisas.

O chamado Projeto 1911, nos dias de hoje, representa muito bem como um desenho aprimorado e com soluções simples e práticas como foi o de John Browning na sua pistola de 1911, podem perdurar por várias décadas praticamente imutáveis. Hoje em dia, nos USA, encontra-se praticamente o que se desejar comprar em peças e acessórios, canos, molas especiais, gatilhos, mecanismos internos, carregadores, etc.  Dezenas de fabricantes produzem essa arma nos dias de hoje. Só no Brasil, tanto a Imbel como a Taurus possuem as suas variações, sem contar inúmeras outras empresas sediadas na Europa, Ásia e nos USA.

Em diversos graus de modificações e alterações, o mercado mundial está muito bem servido de pistolas baseadas no desenho original de Browning, abrangendo diversas finalidades: uso militar, uso civil, uso policial e uso esportivo. As provas de I.P.S.C. (International Practical Shooting Confederation) gera um mercado altamente competitivo, com armas customizadas para todas as modalidades do esporte.

A Smith & Wesson 1911, produzida atualmente para modalidades de Tiro Prático é uma prova contumás do sucesso do projeto, visto que a S&W sempre foi a maior rival da Colt no mercado mundial de armas.

O mercado civil e de atiradores esportivos é um ávido consumidor das armas derivadas da Colt 1911. O uso policial dessas armas é amplamente disseminado em diversos países, e várias forças armadas ainda utilizam a pistola como arma de porte individual. Mesmo aqui, no Brasil, onde a 1911 em calibre .45 foi adotada em 1937 e perdurou em serviço até meados da década de 80, ainda hoje permanece na ativa, na sua versão em calibre 9mm Parabellum produzida pela Imbel, a oficialmente designada Pistola M973.

Mesmo nos USA ela ainda se encontra em uso, não só em 9mm como em calibre .45ACP, em inúmeras unidades militares e para-militares.

Uma belíssima Colt Gold Cup National Match Series 80, pistola para competição dotada de alça de mira regulável, em calibre .38 Super Auto.

Também o mercado civil, tanto nas áreas de defesa como de tiro esportivo também foi um ávido consumidor da pistola, como ainda é até hoje. Temos projetos baseados nesta arma inclusive aqui no Brasil, como a linha GC da Imbel em .45ACP, a M973 em 9mmX19, as MD2 em calibre 40S&W e outros modelos mais.

Página de catálogo promocional da Taurus USA oferecendo sua série de modelos PT 1911

CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DA COLT 1911 A1

  • Cartucho: .45 ACP
  • Versões Comerciais e Militares também em calibre .38 Super, 9mm Parabellum, .40 S&W, 10mm Auto, .400 Corbon, .22 LR, .50 GI, .455 Webley, 9×23 mm Winchester e outros. Os calibres que mais foram usados além do .45ACP são o 9mm Parabellum (9x19mm), .38 Super e 10mm Auto, na ordem.
  • Cano: 5 polegadas (127 mm) no modelo Government, 4.25″ (108 mm) no modelo Commander.
  • Rotação das estrias (raias): 16″ (406 mm) por volta
  • Operação: Curto recuo do cano, culatra trancada (locked-breech), ação simples semi-automática.
  • Peso (descarregada): 1.100 kg no modelo Government.
  • Altura: 133 mm
  • Comprimento: 210 mm
  • Capacidade: 7+1 cartuchos (7 no carregador +1 na câmara); nos modelos para uso dos calibres .38 Super e 9mm a capacidade é de 9+1. Armas que derivam do projeto 1911 usam carregadores bifilares, como as fabricadas pela Para Ordnance, Strayer Voigt Inc e pela STI International Inc.
  • Travas de segurança: Trava de empunhadura, cão com meia posição de engatilhamento e trava manual (localizada no lado esquerdo da armação) são padrão nas pistolas M1911A1. Diversas empresas tem desenvolvido um pequeno bloco corrediço que age como trava do percussor. As pistolas Colt da Série 80 usam a própria tecla do gatilho para acionamento desta trava, e várias outras , como a Smith & Wesson, usam a trava de empunhadura como meio de acionar a trava.

DESMONTAGEM PARCIAL (FIELD STRIPPING)

A pistola Colt 1911 prima pela facilidade de desmontagem rápida e sem uso de ferramentas, ou quando muito, utilizando-se suas próprias peças como tal. A desmontagem parcial, o suficiente para que se faça uma boa manutenção, limpeza e lubrificação, é muito simples:

Antes de tudo, retire o carregador pressionando-se o botão retém do mesmo (foto 1); a seguir, puxe o ferrolho totalmente para trás e certifique-se de que a arma se encontra totalmente descarregada. A seguir, com o ferrolho fechado (foto 2), pressione o botão serrilhado, que é o retém da bucha do cano, e gire a bucha no sentido horário; mantenha pressão sobre o botão durante esse procedimento para impedir que a mola recuperadora e sua manga salte para fora.

Retire agora a manga da mola e a mola recuperadora (foto 1). Gire a bucha do cano para o outro lado, puxando-a ao mesmo tempo para fora, para que ela seja retirada do ferrolho (foto 2). Agora, com o ferrolho sem a força de sua mola recuperadora e com movimentação livre, arme o cão e puxe o ferrolho para trás, alinhando um dos dois entalhes existentes do lado esquerdo (o menor deles), com o ressalto existente na trava do ferrolho (foto 3).

Do lado direito da arma, pressione para dentro a cabeça protuberante do pino de articulação da trava do ferrolho (foto 1), ao mesmo tempo que se retira a peça de seu encaixe pelo lado esquerdo (foto 2). Veja que há um pequeno pino de retenção para essa peça. Remova-a totalmente da armação e leve o ferrolho totalmente para a frente, retirando-o da armação (foto 3).

Com o ferrolho fora da armação, retire o pino-guia da bola recuperadora, que se encontra solto sobre o cano (foto 1), levante levemente o cano na sua parte posterior para soltá-lo dos encaixes com o ferrolho e retire-o totalmente pela frente da arma (foto 2).

A remontagem é feita exatamente na ordem inversa: com a parte interna do ferrolho virada para cima, primeiramente coloca-se o cano de volta até encaixá-lo nas ranhuras do ferrolho; coloca-se agora o pino guia da mola recuperadora, tomando cuidado para alinhá-lo de forma correta sobre o cano, através de seu encaixe tipo meia-lua, encostando-o à pequena biela articulada.

Com o ferrolho nesta posição, insira-o na armação e empurre-o para trás. Pelo orifício do pino do retém do ferrolho, tente alinhar o furo da pequena biela articulada existente sob o cano e insira o retém pelo lado esquerdo da armação. Alinhe o encaixe menor do ferrolho com o dente do retém, vença a ação do pino de tensão e encaixe a peça totalmente. O ferrolho agora pode ser fechado e deve parar na posição correta.

Insira a bucha do cano encaixando-a em seu alojamento e deixe-a totalmente virada para o sentido horário. Coloque a mola recuperadora e sua manga, pressionando-a no final até que a bucha do cano consiga ser girada para sua posição, passando por cima do serrilhado da manga.

Uma desmontagem total da arma, como é mostrada na foto abaixo, já requer um pouco mais de habilidade, mas dificilmente será necessária, a não ser que se deseja a substituição de alguma peça danificada ou gasta. De qualquer forma, a não ser o uso de uma chave de fenda comum para a retirada dos quatro parafusos que fixam as talas, todo o restante pode ser desmontado usando-se o próprio percussor como sacador dos poucos pinos existentes.

A pistola Colt 1911A1 totalmente desmontada – Foto do autor

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Vista Explodida de uma pistola Colt Government Series 70 em calibre .45ACP

Colt 1911 e 1911A1 Serial Numbers

Written by Carlos F P Neto

02/03/2011 às 12:05

58 Respostas

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  1. Na primeira vez que fui atirar com essa pistola, em 1965, a danada engasgou depois do primeiro ou segundo tiro. Tenho até hoje o cartucho que ficou preso na arma. Ainda bem que era treinamento. Portei essa arma mais tarde, nos anos 70 e 80, mas já no calibre 9 mm, modificadas ou fabricadas pela Imbel. Portei também a Bereta, mais leve, que foi adotada na FAB por pouco tempo.

    Luiz Carlos

    07/04/2023 at 10:58

  2. Que artigo perfeito!!!… uma qualidade ímpar na pesquisa e na redação. Me ajudou muito na decisão para compra de uma 1911 calibre 45.

    Leonardo Fonseca Vieira

    10/09/2021 at 12:56

  3. Quantas armas da Colt 1905,foram fabricadas ?

    oswaldo vilas

    06/07/2021 at 7:54

  4. Flávio, saudações. Fico lhe devendo, metalurgia não é de meu conhecimento, realmente não sei se o aço nacional empregado aqui é da mesma qualidade dos utilizados nos USA.

    Carlos F P Neto

    09/02/2020 at 14:19

  5. Cordial cumprimento ao companheiro do tiro e agradecimento parabenizando pelo excelente artigo…um primor…para ser mais exato… entretanto gostaria muito de saber qual o aço carbono utilizado nas nossas pistolas desse mesmo modelo (IMBEL e Taurus) e se são tão confiáveis como as Colt, S &W, Tiver e outras produzidas nós EUA…
    Muito obrigado.

    Flávio Brito

    03/02/2020 at 16:58

  6. Marcus, sim, produzidas quando a Fábrica de Itajubá ainda possuía essa nomenclatura, tornando-se Imbel posteriormente.

    Carlos F P Neto

    29/08/2019 at 18:12

  7. Boa noite, amigo. Não encontrei no seu artigo e em lugar nenhum fotos de uma .45 do Exército brasileiro prodizidas pela Fábrica de Itajuba….meu avô tinha uma que no ferrolho de uma lado havia a inscrição ” Exército Brasileiro” e o brasão, e do outro lado ” Fabrica de Itajuba”, número de série 00005….Sabe algo sobre esse modelo? São anteriores a Imbel? Obrigado

    Marcus Lemos

    07/08/2019 at 23:40

  8. Descobri! Olhando fotos de diversas 1911 algumas tem um ressalto ou avanço na trava ambidestra direita como a Taurus, que as minhas IMBEL com ADC ambidestras não têm, o rebaixo é para este avanço entrar embaixo da placa do punho!

    Gilberto Lima

    19/06/2018 at 11:32


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